- Associação RESPIRA dá voz à preocupação dos doentes respiratórios, que são dos grupos mais impactados pela poluição ambiental e as alterações climáticas.
A ciência já confirmou que as alterações climáticas não são apenas uma questão ambiental. Mas quando se trata do seu impacto na saúde, há ainda muito a dizer, tema sobre o qual José Albino, presidente da RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, vai falar, no dia 20 de março, a partir das 10h00, no Cascais Health Forum.
O consenso científico é inequívoco: o aquecimento global, acelerado pelas atividades humanas, está a deteriorar a saúde respiratória global e as populações vulneráveis – idosos, crianças e doentes crónicos, sobretudo com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) – são as mais afetadas. É sobre este impacto que se vai falar na Mesa Redonda “Saúde e Alterações Climáticas”, onde a pegada ambiental dos inaladores vai ter um lugar de destaque.
Reconhecendo que saúde humana e saúde ambiental são indissociáveis e sabendo que para os inaladores pressurizados doseáveis (pMDI), que representam 95% da pegada carbónica da terapêutica inalatória em Portugal, emitindo 30.665,6 toneladas de CO2eq, existe uma alternativa com um impacto ambiental várias vezes inferior, os inaladores de pó seco, que emitiram apenas 1.594,6 toneladas, torna-se urgente implementar medidas para reduzir o impacto ambiental da terapêutica inalatória.
É nesse sentido que a RESPIRA se uniu ao Conselho Português para a Saúde e Ambiente e à Sociedade Portuguesa de Pneumologia, para a emissão de recomendações sobre a utilização dos inaladores em Portugal, considerando o seu impacto ambiental, através da implementação de medidas que permitam reduzir, de forma gradual, esse mesmo impacto no ambiente e, consequentemente, na saúde respiratória.
José Albino, presidente da RESPIRA, afirma “a nossa Associação tem assumido particular preocupação com a poluição atmosférica, porque a exposição a partículas finas tem provocado centenas de mortes prematuras e evitáveis. Se, por um lado, a ciência vai fazendo várias conquistas no tratamento das doenças respiratórias, por outro, a poluição, que esses mesmos tratamentos provocam, vai-nos tirando qualidade de vida. É tempo de agir com firmeza, e em todos os setores, para que todos possamos respirar melhor, hoje e, sobretudo, no futuro.”