Na sequência da notícia divulgada sobre a investigação da Inspeção-Geral da Administração da Saúde (IGAS) à morte de um homem de 73 anos, alegadamente relacionada com falhas na atuação de dois operacionais do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), a Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) vem, novamente, manifestar publicamente a sua preocupação com a qualidade da formação clínica disponibilizada aos operacionais do sistema.
Este caso levanta, uma vez mais, questões sérias sobre os conteúdos pedagógicos atualmente ministrados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que, se encontram desajustados face às mais recentes evidências científicas e às exigências práticas da medicina pré-hospitalar moderna. A ausência de formação contínua adequada, controlo de qualidade, bem como a persistência de modelos pedagógicos ultrapassados, compromete a eficácia da resposta clínica no terreno.
A ANTEM sublinha que acompanhará com tranquilidade e respeito institucional o desenrolar dos procedimentos de investigação conduzidos pelas autoridades competentes. No entanto, considera inaceitável que a responsabilidade por eventuais falhas seja imputada unicamente aos operacionais, frequentemente colocados em cenários complexos sem a devida preparação e atualização técnica, fruto de uma formação débil.
Os operacionais do SIEM têm demonstrado, de forma consistente, um elevado nível de dedicação, profissionalismo e sentido de missão, mesmo em contextos adversos. É injusto e contraproducente apontar-lhes o dedo sem considerar os sérios défices estruturais e formativos que persistem no SIEM.
A ANTEM reitera a sua total disponibilidade para colaborar com as entidades competentes na construção de um modelo de educação e treino mais rigoroso, atualizado e alinhado com os padrões internacionais da Medicina de Pré-Hospitalar.