A Associação EVITA Cancro Hereditário, em parceria com a Associação Careca Power e com o apoio da Novartis, divulga hoje os resultados do inquérito sobre a perceção das mulheres portuguesas sobre o risco de recorrência do cancro da mama. O estudo que conta com 1 124 respostas, demonstra que apesar do conhecimento superficial sobre a recorrência, quase metade das mulheres (46%) vive com medo da doença voltar, pensando nisso pelo menos uma vez por mês. Este é um receio que está diretamente associado a sentimentos de medo (68%) e ansiedade (60%), afetando a qualidade de vida das mulheres.
O inquérito destaca que a familiaridade com o termo “recorrência” não é uma garantia de compreensão aprofundada do tema. Ainda que quase todas as participantes (94%) afirmem saber o que é a recorrência, este conhecimento é, na verdade, superficial. Esta falta de clareza é reforçada pelo facto da informação sobre o risco de recorrência ser entendida como menos clara do que a informação geral sobre o cancro da mama.
Relativamente à carga emocional associada à recorrência é evidente que estes são resultados elevados. Quase metade das mulheres (46%) pensa na possibilidade da doença voltar pelo menos uma vez por mês, sendo o medo (68%) e a ansiedade (60%) os sentimentos mais associados ao tema. Esta é uma preocupação constante que pode afetar significativamente a qualidade de vida das doentes e que está associada a elevados níveis de ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Tamara Milagre, presidente da Associação EVITA Cancro Hereditário adianta que “os resultados são claros e preocupantes, uma vez que o medo da doença voltar assombra quase metade das mulheres inquiridas pelo menos uma vez por mês. E se queremos combater a doença, temos de começar por combater o medo e a ansiedade que ela gera, e isso só é possível com informação de qualidade e acessível.”
A grande maioria das participantes (87%) demonstrou interesse em receber mais informações sobre o risco de recorrência. Em relação a este tema, apesar do médico oncologista ser a fonte de informação mais confiável e procurada (91%), as inquiridas revelaram que também recorrem à pesquisa na internet (42%), bem como a outros profissionais de saúde (42%).
Foram ainda identificados, através deste estudo, os principais fatores que levariam as mulheres a recusar um tratamento adjuvante com potencial para reduzir o risco de recorrência. De entre os diversos motivos, os mais destacados são os efeitos secundários (54%), as dúvidas sobre a eficácia do tratamento (56,6%) e o impacto financeiro do mesmo (53%). Também o impacto na rotina familiar e profissional também é considerado relevante.
A falta de informação aprofundada sobre a recorrência, bem como a ausência de um diálogo aberto sobre este tema, tem um impacto negativo significativo no dia-a-dia das mulheres. A familiaridade do termo “recorrência” não é suficiente para capacitá-las, tornando-as reféns de um ciclo de medo e ansiedade.