A investigadora Cristina Barrias, do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, foi distinguida como vencedora da 4.ª edição do Prémio de Investigação em Medicina Regenerativa, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC) e pela Crioestaminal. O galardão destaca o trabalho pioneiro na criação de tecidos humanos vascularizados em laboratório, um dos principais desafios da medicina regenerativa.

Visando a promoção da investigação na área da Medicina Regenerativa, o prémio distingue a melhor publicação de índole básica ou aplicada na área designada, da autoria de investigadores nacionais ou estrangeiros, total ou parcialmente realizada em instituições portuguesas no ano anterior à sua atribuição (2024). O prémio consiste na atribuição de um valor pecuniário de 2.000 euros e da inscrição na Reunião Internacional da SPCE-TC 2025, no Porto.

Estamos convictos de que Portugal dispõe de um potencial excecional para se afirmar como um polo de excelência científica, apoiado na competência dos seus investigadores e na qualidade das suas instituições. A Crioestaminal orgulha-se de apoiar iniciativas que constituem um contributo relevante para a melhoria da qualidade de vida das populações e reforça a importância da estreita ligação entre saúde e ciência na procura de novas terapias”, sublinha Mónica Brito, CEO da Crioestaminal.

“Este prémio reconhece não só a excelência científica desta investigação, mas também o seu potencial transformador para o futuro da saúde, ao avançar no desenvolvimento de redes de microvasos auto-organizadas aplicáveis à regeneração de tecidos e à descoberta de novas terapias. A Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC), em parceria com a Crioestaminal, congratula-se por distinguir um trabalho que coloca Portugal na vanguarda da inovação e reforça a importância de redes colaborativas capazes de gerar avanços científicos relevantes com impacto na saúde”, afirma Liliana Bernardino, Presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular (SPCE-TC).

Para Cristina Barrias, do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, “este prémio é um reconhecimento extremamente importante para toda a equipa, que tem trabalhado com grande dedicação para ultrapassar um dos maiores desafios da medicina regenerativa: promover, através de abordagens de bioengenharia avançada, a criação de redes microvasculares funcionais em tecidos humanos, com aplicações que vão desde a terapias celular ao desenvolvimento de órgãos artificiais. Ver este trabalho distinguido reforça o valor da ciência feita em Portugal e motiva-nos a continuar a apostar na transformação do conhecimento em soluções terapêuticas com impacto real na vida dos pacientes”.

O trabalho premiado, desenvolvido no âmbito do doutoramento de Iasmim Orge no i3S, aborda um dos maiores obstáculos da medicina regenerativa: a formação de redes vasculares funcionais capazes de sustentar tecidos vivos. Através da combinação de “unidades vasculares”, formadas por células humanas com biomateriais, foi possível gerar redes de microvasos auto-organizadas, dando origem a tecidos vascularizados criados em laboratório.

Esta tecnologia representa uma plataforma versátil, com potencial de aplicação tanto na regeneração de tecidos e órgãos, como na criação de modelos humanos avançados para o estudo de doenças e teste de novas terapias. O trabalho abre, assim, caminho para estratégias terapêuticas mais personalizadas e eficazes, aproximando a medicina regenerativa da prática clínica.