Afinal, tínhamos razão. A ANTEM saúda a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito ao INEM – mas lamenta que chegue tarde e seja demasiado limitada.
A ANTEM – Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica regista com atenção e sentido de responsabilidade o anúncio da aprovação, esta sexta-feira, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Desde há mais de dois anos que a ANTEM vem denunciando publicamente as graves falhas no funcionamento do sistema e reclamando a criação desta comissão como mecanismo necessário para apurar responsabilidades e iniciar uma verdadeira reforma.
Infelizmente, a criação da CPI peca por tardia: vários alertas foram ignorados, muitas falhas mantiveram-se e os riscos para os pacientes acentuaram-se.
Mais ainda, a limitação aparente do objeto da comissão à gestão do INEM não responde à complexidade e profundidade dos problemas que temos vindo a denunciar. A formação técnica desatualizada, a ausência de regulação eficaz, a falta de integração no sistema científico e académico, a transformação num verdadeiro Serviço Médico de Emergência, com Técnicos de Emergência Médica e Paramédicos, são alguns dos temas centrais (havendo muitos outros) que também exigem inquirição, análise e respostas concretas.
A ANTEM reafirma a sua total disponibilidade para colaborar com a Comissão de Inquérito, esperando que esta não se transforme num exercício de circunstância, mas sim num ponto de viragem na forma como Portugal encara os Serviços Médicos de Emergência.
Em nome dos provedores de cuidados médicos de emergência e, sobretudo, em nome dos pacientes que dependem diariamente de um sistema robusto, ético e cientificamente atualizado, continuaremos a trabalhar por um modelo de Serviços Médicos de Emergência, que esteja à altura das exigências do presente e a pensar no futuro.
Afinal, parece que tínhamos razão. Agora é tempo de agir.