Dia Mundial dos Animais, 4 de outubro

  • A saúde emocional é especialmente afetada pela comunicação com os clientes, a exposição constante ao sofrimento animal e o limitado reconhecimento social.
  • Quando os profissionais dispõem de ferramentas para gerir a carga emocional, gera-se um ambiente de trabalho mais colaborativo, com maior coesão, empatia e capacidade de resposta perante situações difíceis.
  • Para que os veterinários possam enfrentar situações complicadas, é essencial estabelecer limites emocionais saudáveis, procurar espaços de apoio, investir em autocuidado regular, formar-se em comunicação eficaz e gestão emocional, e normalizar a procura de ajuda profissional.

No Dia Mundial dos Animais, que se assinala no dia 4 de outubro, a AniCura destaca a importância do trabalho dos médicos veterinários, que enfrentam não só o desafio clínico de atender os pacientes, mas também a intensa carga emocional que o seu trabalho implica.

A carga emocional dos veterinários é influenciada por três fatores principais: a comunicação com os clientes, que muitas vezes implica gerir expetativas, explicar procedimentos complexos e acompanhar decisões difíceis como a eutanásia; a exposição constante ao sofrimento animal, em que a forte vocação e empatia que caracterizam a profissão se tornam também fonte de desgaste emocional; e o limitado reconhecimento social, que não reflete a magnitude da responsabilidade nem a intensidade emocional associada ao exercício veterinário.

Para a AniCura o bem-estar dos veterinários é uma prioridade: trata-se de reconhecer que por detrás de cada cuidado prestado a um paciente existem profissionais que suportam uma grande carga emocional e que necessitam de recursos para a gerir de forma saudável. Isto traduz-se em programas de assistência psicológica confidencial, formação em competências de comunicação e gestão emocional, espaços de acompanhamento entre colegas, políticas que promovem o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, bem como iniciativas de autocuidado e mindfulness”, explica Enrique Rodríguez, General Manager para o mercado ibérico.

Programas de bem-estar emocional

Neste sentido, a AniCura facilita o acesso a programas especialmente concebidos para cuidar da saúde física e mental da sua equipa através de diferentes plataformas: WellWo, com planos de treino físico, nutrição e webinars de apoio, e Headspace, focada em atividades orientadas de meditação, gestão do stress e concentração. Além disso, a empresa oferece aos profissionais o programa “Ajuda ao Associado”, com cinco sessões gratuitas de bem-estar por ano, que podem incluir desde psicólogos a orientação profissional, controlo da pressão pessoal ou apoio para lidar com o luto.

Prestar apoio e ferramentas de bem-estar é essencial para construir equipas saudáveis e colaborativas. Quando os profissionais dispõem de espaços para gerir a carga emocional associada ao seu trabalho, não só se protege a sua saúde mental, como também se cria uma ligação positiva entre o bem-estar da equipa e a experiência do paciente. “Cuidar da saúde mental dos veterinários tem um impacto direto na cultura interna das clínicas e na forma como as equipas se relacionam entre si e com os clientes”, sublinha Gabriela Fioretti, diretora de People da AniCura Ibéria.

Isto não só reduz a rotatividade e o risco de burnout, como também fortalece a motivação e a saúde a longo prazo. Em consequência, o clima organizacional melhora de forma tangível: equipas mais estáveis, ambientes de trabalho mais humanos e relações mais construtivas com os clientes, além do reconhecimento implícito pelo trabalho bem feito. Não se trata de condicionar a saúde mental ao serviço, mas sim de compreender que uma equipa cuidada e sustentada emocionalmente é a base de uma equipa mais sólida, resiliente e sustentável”, acrescenta.

Recomendações perante situações de stress

Para que os veterinários possam enfrentar situações complicadas, como procedimentos dolorosos ou pacientes críticos, é essencial estabelecer limites emocionais saudáveis, procurar espaços de apoio, investir em autocuidado regular, formar-se em comunicação eficaz e gestão emocional, e normalizar a procura de ajuda profissional. Estas práticas não só protegem a sua saúde mental, como também melhoram a qualidade do atendimento e a capacidade de tomar decisões sob pressão, assegurando um equilíbrio entre o bem-estar pessoal e o cuidado dos pacientes.

A minha experiência ensinou-me que há alguns conselhos que, se colocarmos em prática, podem fazer a diferença: não enfrentar situações difíceis em solidão, mas sim apoiar-se em colegas ou em redes de confiança; estabelecer limites emocionais claros, recordando que acompanhar não implica carregar todo o sofrimento; e dar prioridade ao autocuidado pessoal, desde descansar adequadamente até manter espaços fora do trabalho que permitam desligar e recarregar energia. Também é fundamental normalizar o pedido de ajuda profissional quando necessário, compreendendo que cuidar da saúde mental é tão importante como cuidar da física. No conjunto, são pequenas ações que fortalecem a resiliência e ajudam a atravessar momentos complexos sem sacrificar o bem-estar pessoal”, finaliza Fioretti.