Cancros digestivos em Portugal podem aumentar 23,3% até 2045: Europacolon lança Peditório Nacional para apoiar doentes

Os cancros digestivos continuam a ser um dos maiores desafios de saúde pública em Portugal. Só em 2022, estas doenças foram responsáveis por mais de 18 000 novos casos e cerca de 11 700 mortes, o que corresponde a 30 óbitos por dia. O cancro colorretal destaca-se como o mais frequente, com 10 500 novos casos anuais e 4 800 mortes.

As projeções internacionais do GLOBOCAN apontam para um cenário preocupante: até 2045, o número de novos casos de cancro digestivo em Portugal poderá aumentar 23%. Este crescimento acentua a necessidade urgente de reforçar a prevenção, o rastreio e o apoio aos doentes e famílias.

No mesmo período, estima-se que as mortes por cancros digestivos passem de 11 720 em 2022 para 15 306 em 2045 — um aumento superior a 30%.

“Este crescimento não significa apenas mais vidas perdidas: traduz-se também em maior pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, custos acrescidos para a economia e um sofrimento acrescido para milhares de famílias. Estes números projetam um futuro que só poderá ser alterado se houver um investimento real em prevenção e no rastreio de base populacional”, alerta Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

Estas estatísticas evidenciam a necessidade urgente de promoção da prevenção, do diagnóstico precoce e do apoio contínuo aos doentes — missões centrais da Europacolon Portugal.

O QUE FALTA EM PORTUGAL?

Portugal enfrenta ainda lacunas estruturais na resposta aos cancros digestivos:

Rastreio de Base Populacional

  • O rastreio de base populacional ao cancro colorretal não está implementado.

Mais investimento na prevenção

  • Portugal continua com baixa literacia em saúde e fraca adesão a estilos de vida protetores (alimentação, exercício, redução do tabaco e álcool).
  • Falta uma aposta em campanhas de comunicação nacionais e programas de educação.

Diagnóstico mais precoce

  • Muitos doentes são diagnosticados em estadios avançados, quando as hipóteses de cura são menores.
  • Falta de valorização dos sintomas pelos médicos, sobretudo na população mais jovem
  • Há atrasos significativos no acesso a exames de diagnóstico (colonoscopias, endoscopias).

Redução das desigualdades regionais

  • Existem diferenças acentuadas entre regiões urbanas e rurais no acesso a especialistas, consultas de genética ou ensaios clínicos.

Apoio multidisciplinar estruturado

  • Apesar de avanços, nem todos os hospitais garantem equipas multidisciplinares (oncologia, cirurgia, nutrição, psicologia cuidados paliativos) para doentes com cancro digestivo.
  • Os cuidadores informais continuam a receber pouco suporte.

Maior aposta em investigação e inovação

  • O investimento em biomarcadores, medicina personalizada e terapias inovadoras ainda é reduzido face a outros países europeus.

Monitorização e dados mais transparentes

  • Os registos oncológicos regionais existem, mas nem sempre são atualizados ou harmonizados: isso dificulta a definição de políticas públicas mais eficazes.

“O peditório que estamos a organizar é muito mais do que uma angariação de fundos: é um momento de consciencialização nacional para a importância de termos implementado um rastreio de base populacional para o cancro do intestino, da prevenção e do diagnóstico atempado destas doenças. Cada contributo é um gesto que salva vidas!”, sublinha Vítor Neves.

O último dia da campanha, 30 de setembro, coincide com o Dia Nacional do Cancro Digestivo, reforçando a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do apoio contínuo às pessoas que vivem com doença oncológica do foro digestivo.

DistritoCapitais e Municípios Envolvidos
BragançaAlfândega da Fé, Vimioso, Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Miranda do Douro
Vila RealBoticas, Chaves, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Murça, Mondim de Basto
Viana do CasteloCaminha, Monção, Valença
BragaAmares, Vieira do Minho, Vila Verde, Terras de Bouro
PortoPóvoa de Varzim, Amarante, Vila do Conde, Paços de Ferreira, Penafiel, Baião
AveiroAlbergaria-a-Velha, Oliveira de Azeméis, Mealhada, Murtosa, Vale de Cambra
GuardaCelorico da Beira, Gouveia, Fornos de Algodres, Manteigas, Sabugal, Vila Nova de Foz Côa
ViseuArmamar, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Tabuaço, Viseu
CoimbraArganil, Condeixa-a-Nova, Lousã, Góis, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Penela, Soure
Castelo BrancoBelmonte, Covilhã, Oleiros, Penamacor, Vila de Rei, Vila Velha de Ródão
LeiriaAlcobaça, Batalha, Castanheira de Pera, Leiria, Óbidos, Porto de Mós
LisboaAlenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cadaval, Sobral do Monte Agraço, Odivelas
SantarémAlcanena, Alpiarça, Benavente, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal
SetúbalBarreiro, Grândola, Montijo, Sines, Santiago do Cacém
BejaBarrancos, Beja, Cuba, Mértola, Moura, Ourique
ÉvoraEstremoz, Mourão, Vila Viçosa, Viana do Alentejo
PortalegreAlter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Marvão, Nisa
FaroLoulé, Vila do Bispo, Vila Real de Santo António, Aljezur

Porque todos os gestos contam. Porque o seu gesto conta.

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