Especialistas alertam para sinais de alerta, fatores de risco e importância do diagnóstico precoce.
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) acaba de lançar uma nova temporada do projeto “Com a Saúde Não se Brinca”, desta vez dedicada ao cancro da bexiga, uma doença oncológica que, apesar da elevada incidência, permanece pouco conhecida e pouco falada em Portugal. Segundo a presidente da sociedade científica, Cristina Vaz de Almeida, “esta iniciativa vem falar de uma doença pouco valorizada no espaço público, mas que afeta milhares de portugueses todos os anos”.
Segundo o Global Cancer Observatory, o cancro da bexiga é, atualmente, o sexto mais comum no país e o quarto mais diagnosticado em homens, com mais de 3.500 novos casos registados em 2022. Apesar da mortalidade ter diminuído 34% na última década, a incidência mantém-se estável, refletindo o impacto contínuo de fatores de risco como o tabagismo e a exposição a químicos.
Cristina Vaz de Almeida, presidente da SPLS e moderadora dos episódios, adianta que “os objetivos deste ciclo são dar visibilidade a um cancro que continua na sombra, combater o estigma associado aos sintomas urinários e promover literacia em saúde para que a população reconheça sinais de alerta e procure ajuda atempada”.
Esta temporada vai contar com quatro episódios em videocast, reunindo médicos, investigadores, enfermeiros e testemunhos reais de doentes. No primeiro episódio, já publicado aqui, Cristina Vaz de Almeida e André Mansinho explicam o que é o cancro da bexiga, os seus sintomas e fatores de risco, sublinhando a importância da prevenção. No segundo, Vânia Lima e a oncologista Mariana Malheiro apresentam dados sobre prevalência, incidência e mortalidade em Portugal, destacando a relevância do diagnóstico precoce.
No terceiro episódio, que integra o testemunho de Augusto Santos, o percurso desde os primeiros sintomas até ao tratamento é analisado em diálogo com os profissionais de saúde. O ciclo encerra com um quarto episódio dedicado ao impacto da doença no dia a dia dos doentes, contando com a participação da enfermeira Carina Nascimento e de Marisa Morais Coelho, que partilham experiências de adaptação e superação.
“Apesar de ser o quinto cancro mais frequente na Europa e o sexto em Portugal, o cancro da bexiga tem pouca atenção por parte das pessoas”, refere a presidente da SPLS. “O estigma associado a sintomas como sangue na urina ou dificuldades urinárias contribui para o silêncio em torno da doença, por isso é que a informação clara, acessível e apoiada por testemunhos reais é essencial: quebra tabus e promove uma maior vigilância da população”, conclui.
Os episódios ficam disponíveis no canal oficial da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde e nas plataformas digitais. O projeto conta com o apoio da Astellas e pretende reforçar a importância da literacia em saúde como ferramenta essencial de prevenção, vigilância e diagnóstico precoce.