Em pouco mais de quatro horas, a Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão reuniu cerca de 300 pessoas na Arena Pulmonale para disputarem 150 partidas de matraquilhos em representação da “equipa do rastreio”. Instalada junto à Fonte Luminosa da Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, esta instagramável ação serviu para sensibilizar a população acerca da necessidade da implementação do rastreio do cancro do pulmão, a quem foram distribuídos mais de 1500 stickers para espalhar a mensagem #EuQuerooRastreio do cancro do pulmão.
O desafio era simples: disputar uma partida de matraquilhos em representação da equipa do rastreio, contra a dupla do cancro do pulmão. Tal como previsto, venceram os convidados, 300 pessoas que passaram pela Arena Pulmonale para deixar o seu apoio à causa.
Todos os visitantes foram convidados a tirar fotos no mural #EuQuerooRastreio, onde se podiam ler frases como “Obrigado por jogares na equipa do rastreio”, “Continua a apoiar esta causa” ou “Um dia, o rastreio do cancro do pulmão vai ser uma realidade em Portugal”, partilhando, de seguida, os resultados nas suas redes sociais.
“Estamos francamente satisfeitos com o sucesso desta ação” começa por explicar Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale. “Tínhamos como objetivo chegar à população de forma impactante e os números falam por si: 300 jogadores em pouco mais de 4 horas e 150 partidas disputadas” continua.
O cancro do pulmão é o cancro que mais mata no nosso país, a par do que acontece no resto da Europa. Em 2020, foram diagnosticados 5415 portugueses com cancro do pulmão. No mesmo ano, morreram 4797 pessoas vítimas da doença, o equivalente a 15 diagnósticos e 13 mortes diários.
Com esta ação, a Pulmonale pretende sensibilizar a população para a importância de se instituir um rastreio populacional. “Quando comparado com outras neoplasias, o cancro do pulmão continua a apresentar uma taxa de sobrevivência muito baixa. Mais, a sobrevivência para estadios avançados é muito inferior à prevista quando a doença é detetada precocemente. É, por isso, fundamental que se aposte no rastreio, promovendo-se o diagnóstico precoce ,como forma de reduzir a mortalidade por cancro do pulmão”, conclui Isabel Magalhães.
Porquê apostar no rastreio?
Os estudos de referência demonstram os benefícios do rastreio do cancro do pulmão: o aumento do diagnóstico precoce tem como consequência direta a redução da mortalidade. Iniciado em 2003, o estudo NELSON, o maior estudo a nível europeu, demonstrou claramente os benefícios e segurança do uso de exames de Tomografia Computorizada (“TAC”) de baixa-dose no rastreio de cancro do pulmão, tendo verificado uma redução de 24% do risco de morte pela patologia.
Baseada na robusta evidência científica, a Comissão Europeia atualizou em 2022 as suas recomendações de rastreios de doença oncológica, passando a recomendar o rastreio do cancro do pulmão com “TAC” torácica de baixa dose a fumadores ou ex-fumadores com uma elevada carga tabágica. De acordo com os critérios do estudo Nelson, o rastreio deveria ser proposto entre os 50 anos e os 75 anos.
Campanha no ar
“Eu quero o poder do rastreio! Eu quero mudar o rumo do cancro do pulmão!” é o mote da mais recente campanha de sensibilização da Pulmonale. Disponível desde o passado dia 25 de outubro, e protagonizada pelo ator Diogo Faria e pela apresentadora Inês Carranca, a campanha assinala o mês de sensibilização do Cancro do Pulmão, lembrando que a deteção precoce desta doença, através do rastreio, é a chave para que os doentes tenham mais tempo e mais qualidade de vida.
Assista ao vídeo aqui.
Sobre a Pulmonale
Constituída no final de 2009, a Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão – é uma associação sem fins lucrativos, com abrangência nacional, constituída por profissionais de saúde, doentes e público em geral. Tem como missão a prevenção primária e secundária do cancro do pulmão, com enfoque na sensibilização para os malefícios do tabagismo; o aconselhamento e suporte no tratamento do cancro do pulmão; o apoio psicológico e social ao doente e cuidadores; a divulgação de informação credível e atualizada sobre a patologia junto do público; a promoção de campanhas de sensibilização; a inserção do tema cancro do pulmão na agenda da saúde; a redução do estigma social do cancro do pulmão e a cooperação com organizações privadas e oficiais, a nível nacional e internacional.