Com aproximação do Inverno, estão a aumentar as preocupações relativamente ao impacto que a “tripla epidemia”, causada pela circulação em simultâneo dos vírus SARS-CoV-2, Influenza e Sincicial Respiratório, pode ter nas populações mais vulneráveis, como as pessoas mais velhas e/ou com doenças crónicas, motivando uma sobrecarga das urgências hospitalares devido ao aumento exponencial do número de casos de COVID-19, gripe e bronquiolites, como ocorreu no Inverno passado1.
As infeções respiratórias constituem as formas de doença aguda mais frequentes ao longo das nossas vidas. Apesar da sua maioria ser autolimitada, algumas infeções podem ter uma evolução mais grave, com necessidade de cuidados diferenciados, conduzindo a sequelas ou mesmo à morte2. Desde o início da pandemia COVID-19, em 2020, estima-se que mais de 6.6 milhões de pessoas tenham perdido a vida devido à doença, com cerca de 650 milhões de casos confirmados2. Antes deste período, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, calcula-se que a gripe sazonal tenha causado 290 mil a 650 mil mortes por ano, com 3 a 5 milhões de casos/ano em todo o mundo3. No que diz respeito ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), estima-se que em 2019, na Europa, o VSR foi responsável por mais de 3 milhões de casos de insuficiência respiratória aguda, cerca de 274 mil hospitalizações e cerca de 20 mil mortes em contexto hospitalar4.
“As infeções respiratórias típicas do Inverno no hemisfério norte são por vezes desvalorizadas pela população, por serem relativamente comuns, o que é um erro na medida em que nos indivíduos mais debilitados pela idade ou por doença crónica, podem ser muito graves e mesmo fatais. Neste período, é fundamental implementar medidas de proteção individuais e de grupo como a etiqueta respiratória, as máscaras quando necessário e a prevenção através da vacinação, sempre que possível”, defende o Professor Carlos Robalo Cordeiro, Médico Pneumologista.
Os vírus responsáveis por esta “tripla epidemia” transmitem-se de formas semelhantes, como a inalação de gotículas provenientes da tosse ou dos espirros de uma pessoa infetada ou pelo contacto direto com as secreções nasais desta. Ainda assim, existem algumas diferenças significativas, que levam à necessidade de diferentes cuidados. COVID-19, por exemplo, transmite-se principalmente através da transmissão de gotículas, enquanto o VSR espalha-se facilmente, incluindo através das superfícies5.
A gripe é uma infeção aguda do sistema respiratório provocada pelo vírus da influenza, que tem um grande potencial de transmissão. Afeta a população portuguesa todos os invernos e pode originar complicações que levam ao internamento hospitalar, especialmente no caso de portadores de doenças crónicas e pessoas com mais de 65 anos.6 Existem três tipos de vírus da gripe: A, B e C, sendo que o primeiro causa a maioria dos casos (mais de 70%).7
O VSR, por sua vez, é um vírus contagioso comum. Afeta todas as idades, mas os adultos com ≥60 anos e comorbilidades pré-existentes apresentam um maior risco de complicações graves. Pode exacerbar doenças, incluindo a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), a asma, a insuficiência cardíaca e a diabetes, e pode levar a consequências graves, como pneumonia, hospitalização e morte. 8,9
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