As associações que intervêm na área da saúde e especialmente no VIH, desempenham um papel fulcral na resposta nacional a esta epidemia e outras frequentemente associadas como a Tuberculose, Hepatites Virais e IST. São elas muitas vezes o primeiro contacto com as populações mais vulneráveis, a ponte para quem não encontra respostas nos serviços tipificados do Serviço Nacional de Saúde ou não consegue colmatar as dificuldades para lhe aceder a baixo custo.

A intervenção das associações, frequentemente através de equipas multidisciplinares que atuam em dias, horários e zonas adequados às necessidades das populações-chave, complementa e promove o trabalho do SNS, com o objetivo de garantir a prevenção, o rastreio e o acesso, o tratamento e acompanhamento adequado, em articulação com o SNS.

A prossecução do objetivo maior da promoção da saúde só é possível graças às relações, parcerias e sinergias protocoladas e cultivadas face aos desafios encontrados, e ao esforço, louvável, mas muitas excessivo e insustentável das equipas, que decorre da insuficiência de financiamento adequado e que alimenta fenómenos de burnout, rotatividade excessiva, e perda de conhecimento laboriosamente produzido.

Os financiamentos disponíveis ano após ano continuam com verbas restritas, não atualizadas face à inflação, que não permitem dar cobertura adequada a problemas de saúde reais. Os hiatos entre a execução dos projetos e o pagamento precarizam as respostas disponíveis, forçando as associações a um esforço financeiro a que não conseguem fazer face, e colocando em risco a sua sustentabilidade financeira e a continuidade das respostas às pessoas que delas mais precisam.

Face aos tempos que vivemos a nível financeiro e a crise imobiliária do país as associações vêem uma vez mais o seu trabalho em risco, não tendo financiamento para manter as suas instalações em locais fulcrais para o acesso da população e com as características necessárias para o desempenho das suas atividades. Ainda como fator de risco para a sustentabilidade das associações a ausência de aumentos de financiamento. Pelo menos alinhados com a inflação vem agravar esta situação.

Quando os recursos destinados à intervenção não são ajustados de acordo com o aumento de custos, as associações são forçadas a um esforço extra para manter um bom serviço ou são obrigadas a deixar de oferecer serviços e respostas ainda que a necessidade se mantenha.

Neste 1 de Dezembro nós, associações na área da saúde, apelamos por uma revisão das verbas alocadas a estas respostas, às metodologias utilizadas face aos objetivos estabelecidos na área da saúde, apelamos ainda para um envolvimento maior das entidades nacionais e locais no apoio às associações na articulação, cedência de espaços, nas parcerias de forma a valorizar e fortalecer as respostas prestadas trazendo uma sustentabilidade para as mesmas.