• 81% das mulheres não sabem ou têm dúvidas sobre o que distingue a menopausa da perimenopausa.
  • Nove em cada 10 mulheres têm sintomas e experienciam, em média, sete sintomas diferentes, incluindo ondas de calor, gordura abdominal, insónias, alterações de humor e fraqueza ou cansaço frequente.
  • 38% das mulheres que se apercebem da aproximação à menopausa não procura um especialista ou demora pelo menos um ano a fazê-lo;
  • Quatro em cada em cinco mulheres consideram que este é um tema pouco ou muito pouco falado na sociedade portuguesa.

64% das mulheres em perimenopausa ou em plena menopausa admitem estar numa fase má ou muito má da vida, e nove em cada 10 são afetadas por pelo menos um sintoma durante este período. Em média, as mulheres experienciam sete sintomas diferentes, destacando-se entre os mais comuns a gordura abdominal (57%), as ondas de calor (55%), as insónias/perturbações de sono (54%) e a fraqueza/cansaço (47%). Estas são algumas das conclusões do estudo “Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal”, promovido pela Wells e realizado pela Return On Ideas, com coordenação científica do médico ginecologista e obstetra Joaquim Neves.

O estudo conta com uma amostra de mil mulheres entre os 45 e os 60 anos e procura compreender como as portuguesas vivem a menopausa, abordando questões como desinformação e impreparação, principais efeitos, cuidados adotados e o acompanhamento clínico desta fase da vida. Sendo uma experiência única para cada pessoa, o estudo revela que mais de metade (56%) das mulheres sentem os primeiros sinais antes dos 50 anos, com uma em cada quatro a começar a ter sintomas antes dos 46 anos. Para a maioria, os sintomas duram até dois anos e 34% das mulheres em plena menopausa consideram-nos intensos ou muito intensos.

O documento aponta para uma preocupante falta de preparação e informação entre as mulheres, com 81% a assumir não saber distinguir bem a menopausa da perimenopausa. Devido a esta falta de conhecimento, 52% das mulheres sentem-se pouco ou nada preparadas e 61% das mulheres em perimenopausa não planeiam tomar medidas preventivas antes dos primeiros sintomas. O documento indica também que o acompanhamento médico na menopausa é insuficiente: 38% das mulheres que se apercebem da aproximação à menopausa não procura um especialista ou demora pelo menos um ano a fazê-lo; 14% em plena menopausa ou pós-menopausa não tem qualquer acompanhamento por um profissional de saúde e 73% não faz qualquer tratamento específico. s subsequentes

A saúde mental é uma das dimensões mais afetadas nesta fase da vida, com 29% das mulheres em perimenopausa ou plena menopausa a avaliar o seu estado de saúde psicológico como pouco ou nada saudável, um dado que sustenta a ideia defendida por vários especialistas de que existe uma ‘janela de vulnerabilidade’ para a depressão e para a ansiedade nos anos da perimenopausa e subsequentes à menopausa. O inquérito confirma que estes efeitos são ainda pouco reconhecidos, com 63% das mulheres a não associar sintomas como falta de memória, dificuldade de concentração, ansiedade e depressão à menopausa.

A vida sexual das mulheres é também profundamente afetada durante este processo. O estudo mostra que 46% das mulheres em plena menopausa ou pós-menopausa com parceiro(a) reconhecem efeitos negativos na vida sexual, e 37% refere a perda de libido como um dos principais fatores que contribuem para uma vida sexual menos satisfatória.

Sobressaem igualmente as repercussões na autoimagem, com 39% das mulheres em plena menopausa ou pós-menopausa a admitirem que a sua autoestima foi afetada negativamente. Mais de metade das mulheres (55%) admitem que a menopausa alterou a forma como se veem, com os aspetos negativos, como o aumento de peso ou o parecer mais velha, a prevalecerem sobre os positivos.

O inquérito demonstra que persiste um silêncio em torno deste assunto e que as mulheres optam por abordar o tema em círculos fechados: 72% discute a menopausa entre amigas, e a maioria das que estão num relacionamento (60%) escolhe não falar sobre a situação o tema com o parceiro. As inquiridas indicam ainda a falta de apoio da sociedade e do mercado, com quatro em cada cinco mulheres a considerarem haver pouco debate sobre o tema, e três em cada cinco acreditam que as marcas devem ser mais proativas na resposta às necessidades das mulheres na menopausa.

Os dados do estudo ‘Menopausa: Como é vivida pelas mulheres em Portugal’ serão apresentados na conferência ‘Não fica bem falar de… Menopausa’, no dia 26 de junho, às 09:00, no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.

Em anexo segue o estudo para consulta mais detalhada dos dados.

Ficha Técnica do Estudo:

Objetivos:

O objetivo foi compreender a experiência das mulheres portuguesas em relação à menopausa, abordando questões como sintomas, impacto na saúde física e mental, e a qualidade de vida durante e após este período. O estudo visa também identificar lacunas no conhecimento e no acompanhamento médico, destacando a importância de uma preparação adequada para enfrentar esta fase crítica da vida feminina.

Estudo Quantitativo

Metodologia:

Foi realizado um estudo quantitativo a 1000 mulheres através da aplicação de um questionário online junto do painel Netsonda.

Amostra Total:

1000 mulheres (estabelecida uma quota mínima de 50% de mulheres nas fases de Menopausa ou de Pós-menopausa).

Universo:

Mulheres representativas da população portuguesa dos 45 aos 60 anos.

Trabalho de Campo:

Realizado entre 19 e 31 de Maio de 2023.

Estudo Qualitativo:

Metodologia:

Foi adotada uma metodologia de natureza qualitativa, através da realização de entrevistas presenciais em casa, com uma duração média de 2h.

Amostra Total:

No total, participaram 8 mulheres

Universo:

Mulheres com idades compreendidas entre os 48 e os 60 anos, em diferentes fases do climatério e todas com sintomatologia associada à menopausa, pertencentes ao Painel Global IPSOS-APEME.

Trabalho de Campo:

Realizado entre 4 e 11 de Dezembro de 2023.

Estudo