Na 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas destaca-se a importância da prevenção das doenças crónicas como é o caso da diabetes
No âmbito da 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça a importância da adoção de medidas preventivas para as doenças crónicas. No momento em que a Assembleia Geral das Nações Unidas faz o balanço dos objetivos para o desenvolvimento sustentável, é importante recordar que as doenças crónicas são uma das maiores ameaças para atingir esses objetivos e para o desenvolvimento económico de cada país.
A APDP continua a alertar para a necessidade crítica de fortalecer as estratégias de prevenção primária, promovendo hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física desde a infância. No entanto, a prevenção secundária, através do diagnóstico precoce, é também fundamental para evitar complicações e reduzir o impacto da doença.
As doenças crónicas, como a diabetes, impactam negativamente a saúde das populações e o desenvolvimento económico das nações. Em Portugal, segundo os dados do Observatório Nacional da Diabetes 2023, estima-se que mais de um milhão de pessoas vivem com diabetes, um número alarmante impulsionado por fatores genéticos, ambientais e sociais.
“É cada vez mais urgente acabar com a visão de que a diabetes é uma doença provocada pelo estilo de vida, sem considerar a sua complexidade, a influência da genética, dos ambientes obesogénicos e o impacto das desigualdades sociais”, realça José Manuel Boavida, Presidente da APDP. “A prevenção secundária, isto é, o diagnóstico precoce das doenças ou dos seus estadios anteriores tem de ser uma prioridade para Portugal, que tem falhado nesta matéria”.
Portugal, assim como grande parte do mundo, enfrenta desafios na implementação de programas eficazes de rastreio e diagnóstico precoce da diabetes. A APDP defende a criação de uma abordagem nacional coordenada, que integre unidades de saúde, autarquias, organizações comunitárias e outros agentes sociais, garantindo acessibilidade e cobertura a toda a população.
“A integração dos cuidados é fundamental na resposta às doenças crónicas, ainda mais numa doença tão complexa como a diabetes. Atualmente, mais de 40% dos portugueses entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes ou pré-diabetes. É importante continuarmos a abordar a forma como a evolução do tratamento e também a melhor compreensão da doença têm melhorado a vida das pessoas com diabetes. Mas é urgente investir para detetar e tratar a diabetes de forma mais precoce”, defende João Filipe Raposo, diretor clínico na APDP.
A comunidade internacional reunida na Assembleia Geral das Nações Unidas tem a responsabilidade de agir, promovendo o acesso à prevenção, diagnóstico precoce e cuidados de saúde de qualidade para todos. Investir na prevenção da diabetes é investir num futuro mais saudável e sustentável para todos.