12ª edição do Prémio de Jornalismo na área da Dor
● O primeiro prémio foi atribuído à jornalista Maria Moreira Rato e o segundo à jornalista Paula Rebelo.
A reportagem “Mutilação Genital Feminina”, da jornalista Maria Moreira Rato, é o trabalho vencedor da edição de 2024 do Prémio de Jornalismo na área da Dor, o prémio anual promovido pela Fundação Grünenthal e pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), com o objetivo incentivar e reconhecer o interesse e qualidade dos trabalhos jornalísticos dedicados ao tema da dor. Este prémio tem o valor de 2.000€ (dois mil euros).
A reportagem da jornalista vencedora sobre mutilação genital feminina falou com uma sobrevivente, uma psicóloga, enfermeiros, ativistas e a Direção-Geral da Saúde para compreender este fenómeno que já foi criminalizado em Portugal. Este trabalho, desenvolvido para assinalar o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, deu conta que entre 2014 e 2022, foi registado um total de 853 casos de mutilação genital feminina em Portugal.
O segundo prémio, no valor de 1.000€ (mil euros), foi entregue à jornalista da RTP, Paula Rebelo, pela reportagem ” Dor que incapacita e poucos querem ver“, que foi exibida em todos os serviços noticiosos da RTP, com destaque no Jornal da Tarde.
A reportagem aborda o longo tempo de espera para o diagnóstico de endometriose, que pode demorar até 10 anos. As mulheres que sofrem desta condição descrevem o processo como um verdadeiro calvário, marcado por dores incapacitantes, diagnósticos errados de depressão e uma das principais causas de infertilidade. Apesar de ser uma doença inflamatória, que afeta uma em cada dez mulheres, a endometriose continua a ser subvalorizada, tanto pelas próprias mulheres quanto pelos médicos.
Na avaliação dos trabalhos a concurso foi tido em conta critérios como a criatividade, a investigação, a relevância e a qualidade das peças jornalísticas.
Os trabalhos foram submetidos à avaliação de um painel de jurados composto pela Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes, representante da Fundação Grünenthal, pela Dr.ª Claudia Armada e a Dr.ª Armanda Gomes, da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, e Vânia Maia e Susana Venceslau, do Sindicato dos Jornalistas.
A cerimónia de entrega do Prémio decorreu hoje, dia 19 de outubro, no âmbito do IX Encontro de Unidades de Dor, da APED, na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.