Neste Dia Internacional do Trabalhador, a Ordem dos Psicólogos Portugueses divulga o novo Policy Brief “Diversidade e Inclusão nos Locais de Trabalho”

No Dia Internacional do Trabalhador, a Ordem dos Psicólogos Portugueses lança o novo o Policy Brief “Diversidade e Inclusão nos Locais de Trabalho”. Um documento que sintetiza evidência científica nacional e internacional sobre os impactos positivos da diversidade no desempenho organizacional — e alerta para as persistentes barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência, neurodivergentes e de origens socioculturais diversas.
Num mercado de trabalho global e em constante transformação, a diversidade e a inclusão não são apenas imperativos éticos, mas trazem vantagens para as organizações. Este documento reúne dados concretos e recomendações estratégicas que demonstram como práticas inclusivas geram retorno efetivo para as organizações.
Investir na Diversidade tem retorno:

  • Em 2021, em Portugal, a disparidade na taxa de empregabilidade entre pessoas com e sem deficiência era de 16,2%. No mesmo ano, a taxa de
  • Produtividade: Equipas que incluem pessoas neurodivergentes (com autismo, sobredotação ou hiperatividade) podem ser 30% mais produtivas do que equipas somente neurotípicas.
  • Desempenho financeiro: As organizações com maior diversidade sociocultural têm uma probabilidade 39% maior de atingir mais ganhos económicos do que organizações menos inclusivas.
  • Retenção de talento: As organizações mais inclusivas conseguem, comparativamente às menos diversas, reduzir a perda de talentos em quase 50%.
  • Capacidade de inovação: A diversidade inspira práticas inovadoras, novos produtos e iniciativas organizacionais eticamente responsáveis.

    Desigualdades persistentes:

Estatísticas europeias indicam que menos de 29% das pessoas com autismo se encontram empregadas, comparativamente a 48,1% das pessoas com deficiência e a 73,9% da população geral. desemprego da população migrante (11,9%) era quase o dobro face à população portuguesa (6,6%).

Segundo a Comissão Europeia, 52% das pessoas com deficiência sente-se discriminada.
Recomendações estratégicas:

  1. Promover literacia sobre diversidade e inclusão – Compreender e saber mais sobre diferentes características associadas a pessoas com deficiência, neurodivergentes ou pertencentes a outras culturas.
  2. Definir práticas inclusivas de recrutamento — Adaptar os anúncios de emprego a diferentes línguas; fazer uma “triagem cega” dos currículos; considerar o potencial de discriminação das competências exigidas.
  3. Integrar as necessidades dos trabalhadores — Escutar e dialogar com os trabalhadores sobre as suas necessidades, melhores capacidades, interesses específicos e barreiras percecionadas.
  4. Flexibilizar a organização do trabalho — Diferentes trabalhadores necessitam de diferentes horários e modelos de trabalho, por terem períodos específicos de maior produtividade, pela forma como se organizam face a tarefas e prazos, por terem consultas médicas regulares.
  5. Criar condições de trabalho adaptadas — As características específicas dos trabalhadores podem requerer acessos (como rampas), espaços que considerem a (sobre)estimulação sensorial ou, por exemplo, espaços apropriados para práticas religiosas.
  6. Fomentar um clima organizacional inclusivo — A colaboração, o respeito, a comemoração da diversidade e a valorização da diferença são a base de um local de trabalho inclusivo.
  7. Promover práticas de liderança inclusivas — É importante que os líderes sejam treinados para reconhecer enviesamentos, facilitar a segurança psicológica e serem exemplo de comportamentos respeitadores da diversidade.

O Policy Brief completo está disponível em:
https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/opp_policybrief_locaistrabalhoinclusivos.pdf