Compromisso conjunto define medidas para atrair talento, reforçar serviços de saúde de proximidade e melhorar as condições de trabalho dos farmacêuticos comunitários.

No próximo sábado, 20 de setembro, será formalmente assinado o Pacto pela Valorização da Profissão e da Atividade do Farmacêutico Comunitário, um compromisso histórico que une as principais organizações representativas do setor em torno de uma agenda comum para o futuro da profissão e para o fortalecimento do papel das farmácias comunitárias.

“O pacto surge num contexto de profundos desafios globais e nacionais em saúde, que vão desde a escassez de profissionais até às exigências crescentes colocadas pelo envelhecimento populacional e pelas doenças crónicas, passando ainda pela necessidade de uma integração mais efetiva entre diferentes níveis de cuidados”, começa por explicar o presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), Lucas Chambel.

“Ao longo de meses de trabalho, as entidades envolvidas definiram uma estratégia partilhada que reconhece o papel essencial do farmacêutico comunitário na prevenção, no acompanhamento terapêutico e na promoção da literacia em saúde, assumindo o compromisso de reforçar a sua intervenção clínica e de ampliar a oferta de serviços acessíveis à população”, continua.

Este pacto é um consenso entre as principais entidades do setor: Ordem dos Farmacêuticos (OF), Sindicato Nacional Farmacêutico (SNF), Associação Nacional das Farmácias (ANF), Associação de Farmácias de Portugal (AFP), Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF), Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) e Associação Portuguesa de Farmacêuticos para a Comunidade (APFPC).

O documento estabelece um conjunto alargado de compromissos que passam pela criação de condições para atrair e reter profissionais em todas as fases da carreira, pela diferenciação e especialização da atividade farmacêutica, pelo reforço da formação inicial e contínua, pela valorização salarial e pela implementação de modelos de carreira sustentáveis.

Além disto, o pacto defende ainda a justa remuneração dos serviços farmacêuticos, a proteção das farmácias em territórios de baixa densidade populacional, a promoção de ambientes de trabalho saudáveis e seguros, a conciliação entre vida pessoal, familiar e profissional, a autonomia técnica e científica do farmacêutico e o reconhecimento social da profissão.

“Mais do que um acordo institucional, o pacto representa um compromisso público e coletivo para consolidar a farmácia comunitária como elemento estruturante do sistema de saúde português, capaz de responder de forma eficaz, eficiente e humanizada às necessidades dos cidadãos”.

Para isto, segundo Lucas Chambel, “as entidades signatárias assumem a responsabilidade de acompanhar a implementação das medidas previstas, promover a sua divulgação e incentivar a adesão de outras organizações, assegurando que este é apenas o ponto de partida para uma mudança duradoura e consistente”.

O documento será assinado, este sábado, em Lisboa, pelas entidades parceiras. O evento vai contar com a apresentação do estudo e do Pacto pela Valorização da Profissão e da Atividades do Farmacêutico Comunitário e, depois, vai ainda haver espaço para uma mesa-redonda sobre “Diálogos de gerações, tempos de mudança: novos tempos no trabalho, nas organizações e na sociedade”.